Judeus conservadores aprovam ordenação de rabinos
gays
Após longo debate, movimento muda
decisão histórica.
O Seminário
Rabínico Schechter, filiado ao movimento conservador de Israel passou a aprovar
a ordenação de rabinos gays e lésbicas. Após anos de oposição e debate acirrado
entre muitos de seus líderes, a decisão gerou um novo ponto de discórdia entre
o movimento e os ortodoxos de Israel.
O anúncio
feito na semana passada terminou uma fratura no movimento conservador dos EUA,
que começou em 2006 a aceitar estudantes gays e lésbicas que desejavam ser
rabinos. A primeira rabino abertamente lésbica foi ordenada no ano passado.
Assim como
outros ramos do judaísmo, o movimento conservador tem enfrentado uma grande
luta na busca por uma abertura maior em relação aos homossexuais, apesar das
proibições bíblicas sobre essa conduta.
“No mundo
conservador, há rabinos que aceitam a ordenação de alunos gays e lésbicas, bem
como aqueles que não são”, diz o comunicado oficial. “Essa decisão é o
resultado de um longo processo, que incluiu uma ampla busca para encontrar um
consenso entre opiniões divergentes. Isso permitirá a continuação da
cooperação”.
O professor
Hanan Alexander, presidente do conselho do Seminário Schechter, disse que a
decisão “destaca o compromisso da instituição em defender a lei religiosa
judaica em um mundo pluralista e em constante mudança”.
D’ror
Chankin-Gould, 28, um estudante gay da Universidade Judaica Americana, uma
escola rabínica em Los Angeles, disse que a decisão era “algo com que temos
sonhado há anos… Houve muita dor, um monte de lágrimas e muitos anos para
chegarmos a este lugar”, disse o candidato ao rabinato, que está em Israel para
um ano de estudos religiosos.
“Temos agora
uma oportunidade para termos mais professores maravilhosos comprometidos se
levantando em Israel e para ensinar a Torá e oferecer seu modelo para a
sociedade israelense e para o povo judeu, o que significa incluir todas as
vozes”.
O movimento
de Reforma – a maior denominação judaica dos EUA – e os reconstrucionistas
começou a ordenação de gays e lésbicas no clero décadas atrás. Nenhuma
instituição rabínica ortodoxa aceita alunos gays e lésbicas atualmente.
O rabinato
ortodoxo tem resistido energicamente às investidas das correntes liberais,
recusando-se a reconhecer as suas decisões, cerimônias ou conversões como
religiosamente válidas.
A decisão de
ordenar sacerdotes gays e lésbicas gerou a ira da comunidade ultra-ortodoxa.
“Na minha opinião, é um erro grave. É uma violação das Escrituras”, sentenciou Shaar Yeshuv Cohen, rabino-chefe da cidade de Haifa. O assunto ainda deve gerar muita controvérsia entre as diferentes correntes do judaísmo.
“Na minha opinião, é um erro grave. É uma violação das Escrituras”, sentenciou Shaar Yeshuv Cohen, rabino-chefe da cidade de Haifa. O assunto ainda deve gerar muita controvérsia entre as diferentes correntes do judaísmo.
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